Com o decreto de quarentena, muitos síndicos optaram ou foram instruídos a interditar as áreas de lazer e com potencial de aglomeração, como piscinas, saunas, salas de jogos e salões de festas.
Muitos síndicos já estão se questionando e sofrendo pressões externas sobre a liberação das piscinas. Diante dessa situação, o que fazer?
Sabe-se até o momento, que o vírus responsável pela Covid-19, possivelmente, não resista a ação de sanitizantes e oxidantes utilizados em piscinas, como cloro e bromo, de acordo com a cdc (centers for disease Control and prevention), ressaltando a frase “a operação, manutenção e desinfecção adequadas de piscina e banheiras devem remover ou inativar o vírus que causa o covid-19”. Essa frase merece ser lida com cuidado.
Por ser algo muito recente, a ação de produtos químicos carece de estudos em vários aspectos, sobretudo no que tange concentração efetiva e tempo de contato (fator muito ignorado neste universo de tratamento de águas). Apesar disso, vale lembrar que a ação dos produtos clorados (largamente usados em piscinas), assim como diversas outras reações químicas, depende fundamentalmente da temperatura da água (piscinas aquecidas) e do pH.
Tratamento de piscina não é coisa simples e deixo aqui um pedido: caso você seja leigo no assunto, não trate a piscina da sua comunidade por conta própria ou, ainda, não confie em qualquer um que se apresente como profissional da área. De nada adianta jogar um barril de cloro, se o (ir)responsável não entende as relações envolvidas neste processo químico.
Se a piscina do seu condomínio não for liberada para uso, ela precisa continuar sendo tratada, pois o mosquito da dengue continua fazendo reféns. Em Santa Catarina, até o dia 13 de março de 2020, o número de casos de dengue já estava alarmante! Mais de 200 pacientes confirmados. Isto é, quase três vezes mais que no mesmo período do ano passado.
Essas são medidas preventivas, que REDUZEM o potencial de contaminação, porém, não o ELIMINA, principalmente em espaços com decks e vestiários.
Em meios a tantos artigos recentes sobre o novo coronavirus, cito um bastante pertinente ao assunto abordado aqui. O artigo intitulado “persistente of coronaviruses on inanimate surfaces and their inactivation with biocidal agents”, publicado no portal “virtual health library”, analisa o resultado de 22 estudos e aponta que o vírus pode ser eficientemente inativado utilizando procedimento de desinfecção de superfícies com álcool 62-71%, peróxido de hidrogênio 0,5% ou hipoclorito de sódio 0,1%, em apenas 1 minuto de contato. No que tange ao tempo de sobrevivência do vírus em superfícies e ar, há muitas informações e pouca certeza.